Redmond (EUA) – Acionada por uma série de protestos internos, a Microsoft reforçou a segurança em seu campus e recorreu ao FBI depois que ativistas ocuparam o escritório do presidente Brad Smith, em 26 de agosto. O episódio marca o ponto mais tenso de uma mobilização iniciada em 2024 pelo grupo No Azure for Apartheid, formado por funcionários e ex-funcionários que exigem o fim de contratos da nuvem Azure com o governo e as Forças Armadas de Israel.
Quem protesta
O movimento é liderado pelos ex-colaboradores Abdo Mohamed e Hossam Nasr, demitidos no ano passado após usarem megafones dentro da empresa. Desde então, eles recrutam empregados de tecnologia e membros da comunidade para manifestações que incluem interrupções em eventos corporativos, acampamentos e atos na casa de executivos.
Escalada dos atos
7 de agosto – Cerca de 30 manifestantes se reuniram em frente à residência de Teresa Hutson, vice-presidente corporativa de Tecnologia Confiável, com bandeiras da Palestina, cartazes de “Procurada” e tinta vermelha espalhada na calçada.
12 e 13 de agosto – Um acampamento foi montado na praça central da sede em Redmond. Na volta ao local no segundo dia, houve confronto com a polícia e 20 prisões. Imagens mostram o uso de balas de pimenta a curta distância contra um manifestante já contido.
18 de agosto – Em 20 caiaques, ativistas aproximaram-se das casas do CEO Satya Nadella e do vice-chairman Brad Smith, no Lago Washington, exibindo faixas “Microsoft kills kids” e “Satya + Brad = War Criminals”.
26 de agosto – Sete ativistas, incluindo os funcionários Riki Fameli e Anna Hattle, invadiram o prédio 34 e realizaram um “sit-in” no escritório de Brad Smith, provocando o bloqueio temporário do edifício. Todos foram detidos.
Reação da empresa
Após a invasão, Smith convocou uma coletiva de imprensa de emergência para reafirmar que a companhia “garante a aplicação dos princípios de direitos humanos e dos termos contratuais” no Oriente Médio. Ele disse que uma investigação foi aberta em 1.º de agosto, depois de reportagens apontarem o uso de Azure para vigilância de palestinos.
A Microsoft divulgou gravações de circuito interno que mostram manifestantes derrubando grades de segurança e apresentou à imprensa uma lista de presos, além de fotos de um crachá falso usado no protesto. Segundo a Bloomberg, a empresa pediu apoio do FBI após interrupções em sua comemoração de 50 anos, em abril.
Em mensagem interna na noite de 27 de agosto, a direção informou que “a segurança dos colaboradores é prioridade” e anunciou patrulhas ampliadas, monitoramento reforçado e cancelamento de um grande evento no novo campus.
Outras notícias da Microsoft
Windows 11 – A atualização KB5063878 tem sido associada a falhas em SSDs que travam ao gravar grandes volumes de dados. A Microsoft ainda não conseguiu reproduzir o problema.
Virtru – A empresa de proteção de dados encerrou processo de 2022 e fechou acordo confidencial sobre suposta violação de três patentes no recurso Purview Message Encryption.
Áudio Bluetooth LE – O Windows 11 24H2 agora mantém áudio estéreo de alta qualidade mesmo com o microfone ativo, para headsets compatíveis com LE Audio.
Imagem: The Verge No Azure for Apartheid via theverge.com
Macrohard – Elon Musk anunciou plano para criar uma companhia de software de IA “puramente virtual”, em provocação direta à Microsoft.
Copilot – Falha corrigida permitia acesso a arquivos sem registrar atividade nos logs de auditoria; a empresa não emitirá CVE.
Android no PC – Teste com Insiders permite retomar o uso do Spotify do celular no Windows 11, primeiro passo para função semelhante ao Handoff.
Xbox app – Em teste, a seção “My apps” permite instalar navegadores, utilitários e lojas de terceiros diretamente pelo aplicativo.
NFL – Novo acordo estende o uso de Surface nas laterais do campo e introduz análise de jogadas via GitHub Copilot.
Publicidade no console – Usuários do Xbox passam a escolher se querem anúncios personalizados; quem recusar seguirá vendo propaganda genérica.
Forza Horizon 6 – Documento vazado indica cenário no Japão, anúncio no Tokyo Game Show e possível parceria com a Honda; lançamento previsto para 2026.
Xbox Cloud Gaming – Em fase de testes, assinantes Game Pass Core e Standard poderão acessar jogos na nuvem, benefício antes restrito ao plano Ultimate de US$ 19,99.
A Microsoft não divulgou novos comentários além da coletiva de Brad Smith. Os próximos protestos são aguardados para o evento Ignite, em novembro.
Com informações de The Verge