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Venda de espectro da Dish para a AT&T encerra sonho de quarta operadora móvel nos EUA

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WASHINGTON – 27 de agosto de 2025 – A EchoStar, controladora da Dish Network, acertou a venda de licenças de espectro avaliadas em US$ 23 bilhões para a AT&T, eliminando na prática o projeto de transformar a Dish na quarta grande operadora móvel dos Estados Unidos.

Plano nasceu em 2020

O compromisso de criar um novo competidor nacional foi firmado em 2020, quando a primeira administração Donald Trump aprovou a fusão de US$ 26 bilhões entre T-Mobile e Sprint. Para minimizar riscos à concorrência, o governo costurou um acordo em que a Dish ficaria com a operadora pré-paga Boost Mobile e com parte do espectro da T-Mobile, assumindo a missão de construir uma rede 5G que cobriria 75 % da população.

Economistas, sindicatos e entidades de defesa do consumidor alertaram, à época, que a consolidação poderia resultar em demissões, redução de competição em preços e aumento nas tarifas — previsões que se confirmaram. Mais de 9 000 funcionários da T-Mobile perderam o emprego e, segundo o instituto finlandês Rewheel, um estudo de 2024 apontou que o mercado norte-americano se tornou um dos mais caros do mundo em telefonia móvel após a fusão.

Problemas na implantação

Sem experiência relevante no setor celular, a Dish lançou uma rede 5G limitada, com poucos aparelhos compatíveis, cobertura restrita e velocidades medianas. Paralelamente, começou a atrasar pagamentos de juros de dívidas e recebeu prorrogações da Comissão Federal de Comunicações (FCC) para evitar descumprimento das metas.

Em 2023, a Dish se fundiu integralmente à EchoStar, em operação somente com ações, para ganhar fôlego financeiro. Mesmo assim, em maio passado, a FCC — agora presidida por Brendan Carr — abriu investigação sobre o cumprimento dos compromissos de cobertura 5G assumidos pela companhia.

Pressão e venda para a AT&T

De acordo com fontes próximas às negociações, a pressão do atual governo Trump foi decisiva para que a EchoStar aceitasse repassar o espectro à AT&T. A empresa havia comprado essas frequências por US$ 13,5 bilhões e agora obtém um ganho expressivo com a transação. As ações da EchoStar subiram 70 % após o anúncio, e parte do valor deve ser destinada ao financiamento de sua constelação de satélites de órbita baixa.

Analistas da Moffett Nathanson calculam que a Dish ainda detenha cerca de US$ 30 bilhões em licenças adicionais, passíveis de novas vendas. “Mais desinvestimentos certamente virão, e podem render ainda mais do que imaginávamos”, escreveu o analista Craig Moffett em nota a investidores.

Com o negócio fechado, a AT&T fortalece sua posição como uma das três gigantes do mercado móvel norte-americano, enquanto fracassa a tentativa de restaurar a competição perdida com a fusão T-Mobile/Sprint.

Com informações de The Verge

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